LMT Consultores em História e Património elabora relatórios de caracterização histórico-arquitectónica de edifícios a reabilitar em áreas classificadas no centro de Lisboa

LMT Consultores em História e Património elabora relatórios de caracterização histórico-arquitectónica de edifícios a reabilitar em áreas classificadas no centro de Lisboa

A LMT Consultores em História e Património realizou recentemente, para o atelier Contacto Atlântico Arquitectura, os relatórios de caracterização histórico-arquitectónica de dois edifícios situados na Rua Garrett e na Avenida da Liberdade, em Lisboa, necessários no âmbito do processo de licenciamento dos respectivos projectos de reabilitação.

Para além da referência às normas de classificação e protecção patrimonial aplicáveis a cada um dos imóveis, a consultora desenvolveu um estudo histórico-patrimonial que abrangeu diversos aspectos como o enquadramento urbano, a memória histórica, a descrição e caracterização arquitectónica, a identificação de valores patrimoniais e artísticos a assinalar.

Com um exaustivo levantamento fotográfico do edificado actual que acompanha a descrição pormenorizada de cada edifício, os relatórios incluem ainda referências a proprietários, arrendatários, estabelecimentos comerciais e obras realizadas ao longo do tempo, elementos que foram ilustrados com diversas imagens de cariz histórico (documentos, projectos, fotografias, etc.).

O prédio da Rua Garrett, 53-67, de matriz pombalina tardia, remonta ao período pós-terramoto, tendo sido construído em 1787 a mando de José Francisco Braamcamp de Almeida Castelo-Branco, que destinou ao arrendamento as suas fracções tanto habitacionais como comerciais, estas situadas no rés-do-chão e com frente para a rua. Acrescentado, em meados do século XIX, com mais um andar e revestido a azulejo, o imponente imóvel passou a pertencer à família Sequeira Lopes, que o manteve durante algumas gerações, transitando depois, já ao longo do século XX, por mais alguns proprietários, entre os quais a Companhia de Seguros Fidelidade e a Companhia de Seguros Império. Existiu neste prédio desde o início “uma Lojinha na escada”, ocupada a partir dos primórdios de 1900 pela florista hoje designada de Pequeno Jardim, num espaço que mantém características de gosto Arte Nova.

Já o edifício da Avenida da Liberdade, 189 recua ao tempo de abertura desta artéria estruturante da capital, que substituiu o antigo Passeio Público, apresentando características revivalistas neo-árabes. Erguido à roda de 1887-1888 por José Manuel Romão, o palacete teve um uso residencial ao longo das décadas iniciais, até ser vendido pelos herdeiros do seu construtor, em 1927, à Sociedade Agrícola Valle Flor, que o manteve durante longo período, parte do qual com o edifício destinado a fins turísticos.