João Bernardo Galvão Teles fala sobre a Quinta do Esteval em Colóquio realizado em Setúbal
A arquitectura civil ao serviço da casa religiosa: prédios urbanos e propriedades rurais do Colégio da Companhia de Jesus de Setúbal foi o tema da comunicação que Inês Gato de Pinho e João Bernardo Galvão Teles levaram ao Colóquio Património Arquitectónico Civil de Setúbal e Azeitão.
Inês Gato de Pinho, investigadora e doutoranda no CERIS – Civil Engineering Research and Innovation for Sustainability do Instituto Superior Técnico / Universidade de Lisboa, começou por abordar a influência do clero secular e regular na dinâmica urbana da antiga vila de Setúbal, focando-se de seguida no caso particular do Colégio de São Francisco Xavier, da Companhia de Jesus. Depois de elencar as principais propriedades urbanas e rurais pertencentes a este estabelecimento de ensino e de evidenciar a importância das quintas rurais para a dinâmica espiritual e económica da congregação fundada por Santo Inácio de Loiola, a arquitecta apresentou um modelo tridimensional da Quinta do Esteval – a principal propriedade rural daquele Colégio, situada nas imediações da vila sadina –, revelando as suas características e evolução ao longo do tempo.
A João Bernardo Galvão Teles, sócio da LMT Consultores em História e Património – coube traçar a história Quinta do Esteval, desde a sua aquisição em 1663 pelos padres da Companhia de Jesus, passando pela forma como estes administraram e exploraram a propriedade até à sua expulsão em 1759, pelo arrendamento e aforamento subsequente da Quinta, e pela sua arrematação, em 1826, por parte do 1.º conde da Póvoa e integração por casamento na casa dos duques de Palmela, em cuja família permanece há quase dois séculos.
A Quinta do Esteval é hoje um empreendimento turístico de referência na região de Setúbal e Lisboa, nela funcionando o Hotel Casa Palmela.
Realizado na Casa da Baía, em Setúbal, nos passados dias 18 a 20 de Abril, o Colóquio Património Arquitectónico Civil de Setúbal e Azeitão juntou perto de três dezenas de investigadores que se debruçaram sobre um conjunto de temas que percorreram a história da região sadina desde o período da ocupação romana até ao século XX.