João Bernardo Galvão Teles escreve a história do palácio do Fiúza, situado em Lisboa
O palácio do Fiúza: memória de uma residência nobre em Alcântara, no termo de Lisboa é o título do mais recente livro de João Bernardo Galvão Teles, sócio da LMT Abreu Loureiro, Correia de Matos e Galvão Teles.
Resultado de uma investigação realizada ao longo de vários meses para um dos clientes da consultora em História e Património, O palácio do Fiúza narra a história do edifício e da quinta que lhe ficava adjacente, sobranceiros à desaparecida ribeira de Alcântara, desde os primórdios da sua fundação em meados do século XVII pelo desembargador Paulo de Carvalho, tio-bisavô do 1.º marquês de Pombal (cujo nascimento poderá ter ocorrido nesta propriedade), até à actualidade, passando pelo tempo em que foi pertença de José Fiúza Correia, provedor da Alfândega de Lisboa, de quem ficou o nome, e dos Barrunchos, importante família que ali teve o seu morgado nos séculos XVIII e XIX. No palácio do Fiúza há ainda memória de terem morrido o príncipe D. Teodósio, primogénito do rei D. João IV, e D. Pedro II, o monarca que mais intensamente viveu o vizinho paço real de Alcântara. Caindo, nos finais de oitocentos e princípios de novecentos, nas mãos de Jacinto Gonçalves – o célebre industrial de transportes públicos de Lisboa, dono dos «Carros do Jacintho» –, que fez da velha quinta o centro da sua actividade, o palácio, já transformado e afectado ao arrendamento urbano, seria também lugar de conspirações republicanas.
Segundo José de Monterroso Teixeira, prefaciador da obra, “o trabalho de pesquisa de João Bernardo Galvão-Telles é exemplar na óptica do aprofundamento do desempenho dos Senhores da Casa, ou das elites que, entretanto e sucessivamente, o habitaram, nos diferentes contextos epocais. Pela sua integração em redes familiares apresenta-se de modo assinalavelmente bem estruturado com o recurso a imprescindíveis fontes primárias. Os laços de parentesco surgem-nos num mapeamento genealógico exaustivo e rigoroso, que o seu domínio dos fundo documentais enriquece. (…) Na tradição do aprofundamento monográfico sobre residências com marca arquitectónica significativa na cidade e com implantação urbana, enquanto referente geográfico, a bibliografia temática passa a dispor de um contributo inestimável para a sua renovação metodológica e actualização historiográfica, enquanto processo testemunhal e reflexivo”.
O palácio do Fiúza, editado com a chancela da LMT – Consultores em História e Património, desenvolve-se ao longo de 150 páginas, onde se incluem alguns quadros e esquemas genealógicos que ajudam à compreensão da narrativa, bem como diversas imagens a cores, colocadas em extratexto, reproduzindo retratos, plantas e outros elementos iconográficos. O livro, com uma tiragem maioritariamente fora do mercado, pode ser adquirido na Livraria Ferin, em Lisboa, ou na livraria on-line do Guarda-Mor.