João Bernardo Galvão Teles apresenta comunicação sobre a heráldica do rei D. Duarte
Elementos de uma cultura dinástica e visual: os sinais heráldicos e emblemáticos do rei D. Duarte foi o tema da comunicação apresentada por João Bernardo Galvão Teles, sócio da LMT Abreu Loureiro, Correia de Matos e Galvão Teles, e por Miguel Metelo de Seixas ao Congresso D. Duarte e a sua época: arte, cultura e espiritualidade, que decorreu nos dias 26 e 27 de Janeiro, em Lisboa.
Contextualizado o século XV como um período revolucionário para a heráldica portuguesa, em que esta adquiriu uma função social e uma carga semiótica distintas das que desempenhara antes, foi evidenciada a intervenção da Casa Real mediante a instrumentalização da heráldica ao serviço da centralização do poder régio e da construção de uma nova cultura nobiliárquica.
Usando a heráldica como forma de exibição e propaganda visual dos fundamentos de legitimidade do poder, o reinado de D. Duarte caracterizou-se pela criação dos primeiros meios de interferência régia na heráldica da nobreza e pela construção de um discurso emblemático próprio.
Na comunicação foi salientada, em conclusão, a função da heráldica e da emblemática do rei D. Duarte enquanto instrumentos de propaganda dinástica e da cultura da corte, enquadrados no âmbito mais vasto dos sinais visuais de toda a Casa de Avis.
O Congresso D. Duarte e a sua época: arte, cultura e espiritualidade foi uma iniciativa do Instituto de Estudos Medievais da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, com o apoio da Direcção-Geral de Arquivos.