Arte: porto seguro em tempos de crise?

Arte: porto seguro em tempos de crise?

Esta foi a questão colocada pela revista Fora de Série a vários especialistas em arte, entre os quais Guilherme Abreu Loureiro, sócio da LMT Abreu Loureiro, Correia de Matos e Galvão Teles, e cuja reportagem completa pode ser lida na edição do presente mês de Maio do conhecido suplemento do Diário Económico, distribuído no passado dia 11.

A par da vertente emocional ligada ao espírito coleccionador, a componente financeira das aquisições foi um dos aspectos focados por Abreu Loureiro, para quem “em momentos de crise pode ser interessante fazer investimentos em arte, tendo em conta não só que são investimentos a longo prazo mas também o preço”. A respeito da sua actividade de art advisor ou art detective, o sócio da LMT destacou a importância de tentar obter um equilíbrio na negociação, permitindo que vendedor e comprador saiam satisfeitos com a transacção, e também a relevância de outras regras de actuação, como a definição clara do que se pretende adquirir e em que mercados. Factor primordial é igualmente a obtenção de informação prévia sobre o que se vai comprar.

know-how sobre um determinado tipo de arte ou sobre uma peça e, mais importante, o conhecimento do movimento dos mercados e da evolução de cada obra são algumas das vantagens em recorrer a especialistas quando se trata de comprar ou vender arte. Uma atitude de equidistância e honestidade é fundamental. Como salientou Guilherme Abreu Loureiro, o art advisor não pode defender uma das partes, o seu trabalho tem de ser transparente e profissional. Mas – avisou – a última palavra, a decisão final cabe sempre ao coleccionador: “é um momento privado”.